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Emily the strange - E como alimentar o seu eu criança

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Recentemente uma completamente nova facinação cresceu eu mim, você talvez não conheça ela por nome (se conhece vamos conversar sobre você provavelmente eh muito legal!), mas provavelmente você ja deve ter visto alguma coisa dela; uma arte, um poster ou uma camiseta, principalmente se você usa o pinterest você ja ter visto alguma coisa dela.


Eu lembro que a primeira vez q eu vi ela foi em um video de um canal que eu adorava que falava sobre desenho animado (como se o cara estivesse morto ne), o pan pizza do canal rebeltaxi tinha uns posters e eu lembro certinho dele ter um daqueles "cutout" de papelao dela. Eu realmente procurei muito pelo video q ele mostra o quarto todo dele mas infelizmente esse foi o maximo que eu consegui, um print terrivel que você quase consegue ver ela no canto:

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Essa foi a minha primeiro exposição ao que seria um dos meus maiores amores atuais, a Emily the Strange!


Até ali a minha relação com ela era bem distante, uma personagem maneira que eu nem sabia o nome em um canto de um video sobre alguma coisa completamente diferente, foi so depois de muito tempo, coisa de anos, que eu iria re-encontrar a figura, e eu fui saber quem era essa personagem misteriosa em um dos melhor dos lugares pra isso... no pinterest.


E indo em uma rapida tangente aqui, o pinterest eh uma rede social maravilhosa pra isso, a quantidade de coisa boa que eu fui encontrar atravez desses posts, tipo bem no estilo "toca do coelho" que eu acho uma imagem maneira e o proprio algoritimo me joga em uma decida em queda livre pra mais mil coisas igualmente iradas sem qualquer contexto. E para ser sincero achar esse contexto eh pra mim a magica da coisa.


Mas foi nessa decida em queda livre atravez de mil imagens sem contexto que eu pude colocar um nome na figura. Emily the strange eh uma personagem que literalmente foi criada para publicidade. Camisetas, posters, merch no geral, e como naquela os norte americano estavam devorando em massa essa cena do gotico hot topic ela vendeu que nem agua pros caras.

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E desde a minha primeira impressao eu ja adorei a personagem, toda de preto, sempre acompanhada pelos seus gatos, e com uma arte sensacional que eu vou ter q dar credito total ao Robert Reger por isso, o cara é bom BOM DMAIS! eu ja de cara sentia uma conexão muito grande com ela, uma parada de artista mesmo, um sentido de eu preciso saber mais sobre isso e consumir essa obra de alguma forma, porque naquela epoca eu não fazia a menor ideia do que exatamente era a Emily.


Como dito anteriormente ela é uma personagem de publicidade, criada pra vender merch, só que eu não fazia a menor ideia disso... Na minha cabeça ela devia ser de algum livro ou algum quadrinho que eu não conhecia, e eu estava meio certo nisso... Foi durante uma mega promoção da amazon que eu vi o livro dela com descontaço e HA! rapaz foi um chamado divino para gastar o meu dinheirinho! Porem algo estranho aconteceu...


Livro devidamente comprado e entregue em minha casa, porem eu demoraria ainda alguns anos pra ler um unico capitulo...

SIM! Eh aqui que eu entro no segundo ato desse post! Ele não eh só sobre a minha facinação pelo personagem! esse post eh principalmente sobre alimentar o seu eu criança e o quanto isso me fez mais feliz e motivado quando essa chave virou!


Então vamos la, porque demonios eu comprei esse livro irado so pra demorar ANOS pra começar a ler ele... (e a resposta eu acabei encontrando logo depois que eu terminei de ler) Quando criança eu não tinha qualquer base de leitura, tinha sim os meus livros mas todos praticamente intocados, dando uma atenção bem especial ao "Diario de um banana", eu tenho no momento 4 livros dele na minha estante, livros estes comprados no ano que foram lançados, ou seja quando eu era criança. Eu via o quao fenomeno era esse livro, via que os meus amigos gostavam, assisti o filme e tudo mais, mas eu odiava e ainda odeio esses livros (okay odiar eh uma palavra muito forte, eu no maximo desgosto!), e eu não entendia mesmo como todo mundo adorava, eles são super chatos! Centrados em um personagem chato, com historias sem graça que eu nunca gostei e provavelmente nunca vou gostar, e isso criou em mim um certo descontentamento com livros no geral.


Fui uma criança bem ligada a televisão e a internet, praticamente crescendo só com isso, (livro era coisa de mané cara) o que por um lado foi muito bom pra mim... Tipo eu cresci com Hora de aventura, Apenas um show, Gumball e Steven universo, os melhores desenhos ja concebidos, então de forma alguma eu posso reclamar disso, mas essa minha facinação por livros sempre esteve comigo, e um habito bem ruim acabou crescendo, eu comprava muito livro, mas praticamente não lia um. Eu julgo que por essa falta de base... pelo menos um ponto bom que eu posso tirar disso eh que depois de "adiquirir" essa base novamete eu li e li muito os livros que eu guardei. E eu dou todo o credito a essa nova base a Emily the Strange.


Eu nem me lembro o motivo, so sei que eu um dia estava em casa olhei pra minha estante e vi o livro, peguei e li, li e me apaixonei! a historia tão simples, mas com um enredo e uma tematica que eu me conectei TANTO, a Emily eh uma menina de 13 anos bem diferente, ela eh extremamente criativa, adora tudo que não é normal e se orgulha muito de ser diferente, ou no caso né ser estranha. E eu sei que isso pode parecer cliche ou uma frase que você escutaria no high school musical, mas cara ser estranho eh muito bom! e esse era um lado meu que eu sempre soube que tava la bem la no fundo mas meio esquecido, so esperando pra explodir! e foi quando eu terminei de ler o livro que eu senti no meu coração que eu estava esse tempo todo alimentando o meu eu criança!


Assim de forma alguma a minha infancia foi ruim, eu me diverti muito e fui uma criança muito feliz, de forma alguma tive pais controladores que não me "deixavam ser quem eu era" mas eu era um pré-adolecente em 2012 numa cidade de interior dominada por sertanejo universitario e que não tinha nem uma loja ou qualquer coisa que me ligasse a essa moda "dark" que eu queria tanto explorar, e o pior de tudo eu nem sabia como encontrar qualquer conteudo desses na internet (isso porque eu era meio burrinho), ou seja mesmo se eu encontrasse alguma coisa diferente, alguma coisa que eu gostasse, eu nem podia consumir isso, ou por total escassez na minha cidade de peao ou pelo medo completo de ser zoado por isso. E eu sei parece mesmo que eu to fazendo tempestade em copo d'agua (meio que eu to msm) mas dnv a minha infancia e adolecencia foram boas, mas eu sempre tive essa sensação de vazio, uma sensação de MORNO.


Morno eh com certeza a melhor descrição do que eu sentia naquela epoca, eu não podia por diversos motivos me expressar ou me achar de alguma forma, eu sentia que eu gostava do macabro, do sombrio e do gotico, mas não tinha como consumir qualquer uma dessas coisas ou me comunicar sobre isso, então eu meio que subconscientemente desisti. Não teve um momento expecifico onde eu falei "ah nunca serei isso vou desistir :(" mas foi uma parada mais eu me assimilando ao que era o normal, ou que tinha de "bom" na epoca, o que volta para o caso do Diario de um banana, um livro que eu não gostava mesmo, mas como todos os meninos gostavam eu tbm tinha que gostar.


Outra rapida tangente aqui que acontecia na época e que eu acabei alimentando essa criança depois, eu ADORAVA querido os livros "Querido diario otario" mas eu nunca pude ler nenhum deles, que na epoca era "livro de menina" e eu tinha que ficar com os caralhos do Diario de um banana... depois de entender que livros eram irados esse tempo todo eu acabei comprando uma porrada deles (e por um preço otimo (comprem coisa de sebo)) e perdi muito de não ter lido quando criança, esses livros são bons dmais tbm.


A coisa que mais passava pela minha cabeça depois de ler o Emily the strange (que alias foi esse aqui:)

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Era que "cara se eu tivesse lido isso quando eu era criança EU TAVA LENDO MIL LIVROS HOJE" eu me conectei tanto com a personagem e a tematica desse livro que quando eu terminei eu me senti que nem o Grinch! o meu coração parece que cresceu umas 5 vezes ou alguma coisa assim... Eu senti vontade de chorar, mas não de tristeza, foi um sentimento estranho, um sentimento que eu dei o nome de "nostalgia não vivida" eu estava finalmente virando a chavinha e alimentando aquela criança estranha que estava dentro de mim que sempre quis ser estranha mas nunca pode, alimentando ela atravez dessa outra criança estranha que foi muito mais corajosa do que eu.


No fim a coisa é essa, ache o que te falta, faça aquela coisa que você criança sempre quis fazer e não fez, no meu caso era uma coisa pequena, apenas me reconectar com esse universo maravilhoso dos livros que eu tinha perdido a muito tempo. Mas essa reconectada me fez muito bem, me fez feliz, e eu acabei me entendendo melhor, e hoje eu quero seguir sendo igual esses caras, Rob reger, Jamie hewllet, Steve wolfhard, todos ilustradores maravilhosos que me inspiraram de formas incriveis, que me mostraram que o meu sonho eh criar alguma coisa forte e grande que alguem veja e sinta o coração crescer 5 vezes que nem o meu, isso me deu literalmente um motivo de vida, então obrigado Rob, obrigado eu do passado, e espero que agora você tenha se encontrando mais.

 
 
 

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